Cultura

Comida di Buteco começa nesta sexta-feira

Na edição deste ano, o desafio dos butequeiros são os pratos à base de mandioca ou linguiça, os convidados especiais


IPATINGA
– Começa nesta sexta-feira (12) a 6ª edição do Concurso Comida di Buteco em Ipatinga. O evento foi criado em 2000 com a missão de resgatar e valorizar a cozinha de raiz no Brasil, e estimular os pequenos estabelecimentos e butecos a novas criações e experimentações gastronômicas.
Com o slogan “Buteco: A Verdadeira Rede social”, o Comida di Buteco apresentará 400 petiscos onde a linguiça e/ou mandioca serão os convidados especiais. O evento está previsto para se encerrar no dia 12 de maio.

FOMENTO
O concurso vem cumprindo um importante papel de fomento à cultura gastronômica, desenvolvimento do setor e, principalmente, demarcando circuitos urbanos de sociabilidade e lazer através da boa cozinha dos botecos.
O Comida di Buteco é pioneiro nesse setor, é um dos maiores responsáveis por contribuir para legitimar o boteco como um importante ícone da cultura e gastronomia nacionais. Em Ipatinga 15 bares participam do concurso neste ano.

O concurso elege o melhor boteco da cidade. Cada participante cria um petisco para concorrer. O público e um corpo de jurados têm que visitar os botecos e votar no local. A média entre os quesitos avaliados garante o resultado da premiação. São avaliados de 0 a 10, a higiene, o atendimento, a temperatura da bebida e o petisco (que leva 70% da nota). O voto do júri vale 50%, e do público 50%. O Instituto de Pesquisas Vox Populi é o responsável pela apuração dos votos nas 16 cidades.

PERFIL
O Comida di Buteco escolhe para participar os botecos classificados pela realização do concurso como “Espontâneos”: o espontâneo é aquele boteco em que o proprietário, obrigatoriamente, administra o negócio; sua história e seu dia a dia comungam com a identidade do dono, que na maioria das vezes conta com a força de trabalho de mais pessoas da sua família. O boteco espontâneo não faz parte de uma rede ou franquia de marca.

Vários botecos que participam são muito tradicionais, tendo de existência, grande parte da própria vida de seus donos. Alguns passaram de pai pra filho, avô para neto. E tem aqueles que são mais recentes, mas com alma de boteco tradicional e espontâneo. Já nasceram com ótima relação com sua vizinhança e seguem fazendo tradição, mesmo com menos tempo de existência. São todos estabelecimentos que têm na sua espontaneidade uma marca que os torna únicos, e portanto, especiais. O que vale é que tenha cozinha boa, a cara do dono e alma de boteco.

COZINHA DE RAIZ
Eduardo Maya, criador e organizador do Comida de Buteco, entende a cozinha de raiz como aquela que detém os elementos que compõem a alma gastronômica e cultural de uma nação. “Tecnicamente falando, temos uma culinária voltada para as raízes, para o regional, para o típico, a gastronomia de história, a comida-da-casa-da-avó, a comida que tem uma sofisticação subliminar que está exatamente na sua não sofisticação, mas no uso do ingrediente regional mais comum, tirando dele o que se tem de melhor. O Comida di Buteco leva as pessoas ao lugar mais genuíno onde podemos vivenciar essa cozinha: o boteco. Nele, a cozinha de raiz encontra seu segundo habitat, depois da casa de nossas avós. Coincidentemente, há mais ou menos uns seis anos, a gastronomia ao redor do mundo vem enaltecendo a culinária de raiz, e garantindo lugar de nobreza aos ingredientes, pratos e petiscos mais típicos e que representam a identidade dos lugares.”
O surgimento do Comida di Buteco, em 2000, contribuiu e vem contribuindo para que os donos de boteco entendam o valor da culinária que praticam em seus estabelecimentos simples e cheios de alma.

INGREDIENTES

Eduardo afirma: “Para 2013 fui no óbvio, mandioca e linguiça, não menos importantes e atraentes por serem comuns. Conhecida também como macaxeira ou aipim, a mandioca é um produto 100% nacional. Nas minhas andanças pelo país, de norte a sul, eu comi mandioca de alguma forma. É um produto do sudoeste da Amazônia e na era pré-colombiana ele já tinha sido levado por índios para a América Central e outros lugares da América do Sul. Pós Colombo ela ganhou o mundo levada pelos espanhóis e pelos portugueses. Mas é fato que ela nasceu aqui e é consumida de diversas formas em qualquer lugar do Brasil, até mesmo na cachaça Tiquira, típica do Maranhão, feita de mandioca. Não se pode falar de cozinha de raiz no Brasil sem que a mandioca seja citada, a mandioca é uma unanimidade nacional! Por isso quisemos homenageá-la nessa edição”, explica Eduardo Maya.

“ESCOLTA”
Já a escolha da lingüiça se deu, por se tratar de um produto com raízes históricas muito antigas e que figura nas nossas mesas, em praticamente todas as regiões do país. “Entendo que o brasileiro tem uma paixão especial pela carne e a lingüiça seria uma boa ‘escolta’ à mandioca como convidada dessa edição”, reforça o gastrônomo.

A lingüiça pode ter surgido pela necessidade de preservação de alimentos, e existem diferentes versões históricas acerca de sua origem: uma delas defende que exista há 500 a.c. , tendo sido inventada pelos Gregos. Algumas fontes datam seu surgimento há mais de 4000 anos; mas os registros mais exatos, remontam a 2 mil anos, depois que os romanos começaram a espalhar o cardápio deles pela região onde hoje está a Europa.

A lingüiça que se come no Brasil tem uns oito séculos e foi criada em Portugal. Nessa edição os botecos poderão utilizar qualquer tipo do produto, caso optem por esse ingrediente.
Vale Lembrar que, para criar o petisco participante do concurso, o dono do boteco pode eleger apenas um deles ou, se preferir, pode ousar na dupla.
A novidade de fazer dos ingredientes convidados um pré-requisito para todas as cidades onde é realizado o Comida di Buteco, dará o grande tom de desafio nacional, além da simultaneidade de realização que institui o período de abril/maio como a temporada oficial do Comida di Buteco.

SERVIÇO
Cerveja Oficial: Bohemia
Apresentador: Nestlé
Patrocínio: Hellmann’s e Doritos
Apoio: Pepsi, Amendoim Elma Chips Comida di Buteco, Secretaria Estadual de Cultural e Diário Popular.

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