Cidades

Com UTIs à beira do colapso, comércio defende manutenção da Onda Amarela

Governos municipais e estadual assistem paralisados ao aumento de casos e continuidade de óbitos diários por Covid-19

IPATINGA – A taxa de ocupação de leitos de UTI nos hospitais de Ipatinga está chegando ao limite, com grande possibilidade de saturação nos próximos dias se os índices de contágios continuarem subindo e sem que as autoridades sanitárias tomem qualquer medida para contê-lo. A taxa de ocupação geral (leitos do SUS mais convênio) é de 96% dos 70 leitos existentes em UTI e de 54% dos 98 leitos de Enfermaria.

Em Ipatinga, a taxa de ocupação dos leitos de UTI Covid-19 SUS é de 98%, com 44 dos 45 leitos ocupados. Dos 35 leitos de UTI não Covid-19 SUS, 34 estão ocupados, o que significa 94% de ocupação.

A situação também é preocupante em relação às enfermarias. Dos 75 leitos de Enfermaria Covid-19 SUS, 33 estão ocupados, ou seja, 44%. Paciente de Ipatinga ocupam 20 leitos e não municípes ocupam 13. Já em relação à Enfermaria não Covid-19 SUS, dos 347 leitos, 306 estão ocupados, representando uma taxa de 88%.

COMÉRCIO

Apesar dos altos índices de contágio, setores representativos do comércio regional, como o Sindcomércio, embora reconheçam que a pandemia não acabou defendem a manutenção do funcionamento do comércio e a não regressão à Onda Vermelha, que prevê o fechamento de atividades não essenciais. Conforme José Maria Facundes, presidente do Sindcomércio o aumento dos casos do novo coronavírus não pode ser debitado “na conta dos comerciantes”. “Nossa esperança é que daqui pra frente as informações dos dados epidemiológicos divulgados pelas prefeituras mostrem uma realidade melhor, pois seria inaceitável acontecer por aqui o que está ocorrendo em Governador Valadares, onde houve a regressão para a Onda Vermelha e o comércio ‘não essencial’ está fechado. Ficar impedido de funcionar nas semanas que antecedem o Natal seria uma tragédia”, conclui o dirigente sindical, citando o exemplo da cidade vizinha.

“PREOCUPAÇÃO”

“As últimas informações referentes aos dados epidemiológicos do novo coronavírus (Covid-19) no Vale do Aço, sobretudo em Ipatinga – onde já foram registradas 247 mortes e os leitos de UTI chegam a 94% de taxa de ocupação –, preocupam o Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Bens e Serviços (Sindcomércio) do Vale do Aço. A entidade teme por uma eventual deliberação do Governo Estadual que acarretaria novamente no fechamento das atividades consideradas ‘não essenciais’, ou seja, a regressão dos principais municípios da região que aderiram ao Minas Consciente à Onda Vermelha. Atualmente, a macrorregião de Ipatinga encontra-se na Onda Amarela”.

O Sindcomércio está promovendo, nas últimas semanas, ações para conscientizar a população de que a pandemia ainda não acabou. A iniciativa, contudo, é muito limitada e tem mais efeito propagandístico do que de contenção da circulação do vírus.

“Com o apoio do Shopping Vale do Aço, contratamos propaganda volante para que o alerta sobre o momento que estamos vivendo chegasse aos bairros mais populosos, orientando sobre a importância de continuarmos atentos aos cuidados contra a Covid-19”, explica José Maria Facundes. Mil kits de higiene doados pela Fundação São Francisco Xavier (FSFX) ao Sindcomércio já foram distribuídos nas ruas.

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