Policia

Cinco ex-funcionários “fantasmas” da Prefeitura de Belo Oriente são presos

BELO ORIENTE – Durante a segunda fase da Operação Perfídia, realizada em Belo Oriente na manhã desta terça-feira (24), cinco ex- funcionários “fantasmas” da Prefeitura foram presos. O grupo de apoio de combate ao crime organizado, o Gaeco, investiga desde o ano passado um esquema de desvio de recursos públicos na administração anterior.
Além dos presos, foram apreendidos documentos, cartões bancários e um triturador de maconha. Em dezembro de 2016, outros três ex-funcionários, entre eles o vereador eleito Edson Celso Anselmo, o “Disson”, foram presos acusados de falsificação de documentos com fins de obter ganhos financeiros.
Foi preso um primo do vereador, Gedeon Madeira de Souza Gomes, de 25 anos. Segundo as investigações, ele recebeu um salário de R$ 3 mil por 11 meses, sem nunca ter prestado serviço na prefeitura. Além dele, foram detidos Maurício José da Silva, 47 anos, Obedes Ramos Soares, 49 anos, Simone Ramos Soares, de 46 anos, e Elias Alves Santiago.
“Essas pessoas mesmo sabendo da gravidade dos fatos, seus envolvimentos, jamais procuraram os órgãos fiscalizadores e, quando procurados, mudam seus endereços, determinam que seus familiares não falem como poderiam ser encontradas, isso quando não existia qualquer impedimento para o comparecimento. É bem verdade que a prisão é medida de extrema exceção. Todavia, nesses casos não restaram outras vias a não ser representar por essas prisões” disse um dos policiais do Gaeco.
FANTASMAS
Segundo os relatos iniciais, o número de envolvidos, como funcionários fantasmas, seria de 23 pessoas. No entanto, segundo o desenrolar das investigações do Gaeco, foram identificadas 98, provavelmente autoras das mesmas condutas.
Além dos presos nesta terça-feira, outros indivíduos também tiveram suas prisões temporárias expedidas pela Justiça, embora continuem procuradas, estando em situação de foragidas, sendo elas: Lorena Cristina de Oliveira, Antero Pereira Neto, Evelyn Ramos Sperber Portes, Gabriela Gomes de Oliveira e Priscila Gomes de Melo da Silva.
ENTENDA
Durante a primeira fase da Operação Perfídia, realizada em dezembro passado, 28 funcionários “fantasmas” foram descobertos dentro da prefeitura. O número, no entanto, pode chegar a 100. Na ocasião, foram presos o vereador eleito “Disson”, Cleufas Rodrigues de Souza, ex-chefe do departamento pessoal da Prefeitura de Belo Oriente e Helder Fernandes Silva, ex-funcionário público. Eles foram apontados como os cabeças do esquema.
Segundo o Gaeco, foram levantadas pelo menos três formas de desvio de verba. Uma delas é a contratação e pagamento por parte do município de pessoas que jamais prestaram serviços para o Executivo. Conforme as apurações, Cleufas Rodrigues de Souza, ex-chefe dos Recursos Humanos da Prefeitura, lançava no sistema nomes de pessoas que nunca prestaram serviços ao município, mas que eram coniventes com o esquema. Já o vereador eleito “Disson” e Helder seriam os responsáveis por levantar os nomes destas pessoas e enviar para Cleufas.
Os funcionários “fantasmas” recebiam em suas contas bancárias valores referentes aos salários, que em tese seria pela prestação de serviços, e depois repassavam o dinheiro aos servidores, que faziam a distribuição da verba entre eles. (foto: Gizelle Ferreira)

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