Policia

Ceresp tem novo diretor

Gizelle Ferreira

IPATINGA – O Ceresp de Ipatinga passa a contar a partir desta terça-feira (1º) com uma nova coordenação. João Batista da Silva, diretor de segurança da Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, foi indicado pelo Tenente Adão dos Anjos, Diretor de referência da 12 ª Risp (Região Integrada de Segurança).

Adão havia assumido interinamente a direção da unidade prisional desde a última sexta-feira (28) depois que o então diretor Alexandre Rabelo foi afastado pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds).

De acordo com o Tenente Adão dos Anjos, o novo diretor é mais comedido e muito respeitado pelos presos da Dênio Moreira. “Eu tive que fazer essa indicação assim como eu fiz com Fabriciano, quando enviei para lá o Edmar Soares. Todos eles têm a mesma linha de trabalho que eu”, disse.

A mudança de diretoria se deu em meio à crise no Ceresp sob fortes reclamações de superlotação e acusação de corrupção contra Rabelo. Um procedimento de apuração foi instaurando contra o ex-diretor pela Corregedoria da Seds. Agentes penitenciários também estão sendo investigados.

TRANSFERÊNCIA
Desde a última sexta-feira (28), quando ocorreram os ataques aos ônibus a mando de presos do Ceresp, 18 detentos já foram transferidos da unidade prisional. Oito destas prisões ocorreram em função do tumulto ocorrido na cidade e um princípio de motim na quinta-feira passada quando um preso acabou sendo atingido por um tiro de borracha.

Quatro presos foram remanejados para a Penitenciária Nelson Hungria, em Belo Horizonte, e outros quatro para Francisco Sá, que fica a 50 quilômetros de Montes Claros, no norte de Minas. Os detentos transferidos são acusados de liderarem a confusão dentro do Ceresp.

Ainda de acordo com o Tenente Adão dos Anjos, outros 10 presos condenados foram transferidos para a Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho. “Esta transferência é normal e é feita junto a Vara de Execuções Penais, sempre que sai algum preso da Dênio e informo sobre as vagas disponíveis na penitenciária”, explicou o tenente.

CELULARES
No último sábado (29) foram apreendidos dentro do Ceresp quatro celulares, três chips telefônicos e duas baterias. O material foi recolhido por agentes penitenciários e levadas pela PM.

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Ceresp tem novo diretor

Um mês depois das denúncias, chiqueiro no Ceresp foi desativado


IPATINGA
– Tomou posse na manhã desta quarta-feira (7) o novo diretor geral do Centro de Remanejamento de Presos, o Ceresp de Ipatinga. Alexandre Rabelo foi nomeado para substituir o ex-diretor Valdeci Ribeiro da Silva, que teve sua exoneração publicada no Diário Oficial do Estado na terça-feira (6). A solenidade de apresentação e posse do novo diretor ocorreu a portas fechadas, no presídio, com a presença de secretários de Estado. A imprensa não teve acesso.
A Secretaria de Estado e Defesa Social confirmou a mudança e disse por meio da assessoria de comunicação, em Belo Horizonte, que a troca é um procedimento comum dentro do Sistema Prisional e que outras unidades do Estado também sofreram as mesmas mudanças.
Alexandre Rabelo já trabalhou como diretor de segurança do Ceresp de Ipatinga em anos anteriores. Depois passou a comandar o Presídio de Abre Campo (antiga cadeia pública) e agora retorna ao Vale do Aço como diretor geral do Ceresp. Já Valdeci Ribeiro da Silva, funcionário efetivo do Estado, volta para a função de agente penitenciário na Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba.

DENÚNCIAS
A saída de Valdeci Ribeiro da diretoria do Ceresp era iminente. O DIÁRIO POPULAR denunciou por várias vezes a insatisfação de alguns agentes penitenciários do Ceresp e estranhas situações que ocorriam nas dependências da unidade durante a administração de Valdeci.
Em reportagem publicada no dia 16 de setembro, o jornal mostrou a criação de aves e porcos dentro da unidade prisional. A situação foi denunciada por um grupo de agentes penitenciários, que apresentaram fotos do chiqueiro e de um galinheiro em uma área dentro do Ceresp. Os animais eram criados sem condições de higiene e ao lado de uma horta e um galpão de artesanato usado pelas detentas.
Ainda conforme as reclamações, os porcos eram abatidos covardemente a machadas, pauladas e facadas, dentro do próprio chiqueiro por um agente penitenciário. As partes dos animais também eram cortadas no mesmo local, que não possui estrutura física e higiene para a prática – e depois vendidas sem qualquer fiscalização.

MURO
Outro fato apontado na reportagem era que o chiqueiro ficava encostado no muro, facilitando a fuga de detentos, o que de fato acabou acontecendo. No dia 1º de outubro, um preso aproveitou a distração de um agente penitenciário e conseguiu fugir, subindo no telhado do chiqueiro e escalando o muro que dá acesso à área externa do presídio. À época, a própria Seds confirmou a fuga e disse que um procedimento administrativo seria instaurado na unidade para detectar a responsabilidade.
Estranhamente, depois do episódio da fuga do preso, os porcos desapareceram. Segundo contaram os agentes, mais de 10 leitões foram abatidos de uma só vez.

DESATIVAÇÃO
Dias depois da denúncia, o chiqueiro e o galinheiro foram completamente desativados. Fotos também publicadas pelo DIÁRIO POPULAR mostraram a estrutura das pocilgas desfeitas. Na ocasião, a reportagem ouviu uma pessoa ligada ao Sistema Prisional. Segundo ela, por causa da venda dos animais, a situação de Valdeci não era das melhores perante a Seds. No entanto, a Secretaria não confirmou a informação e disse que o valor arrecadado com a venda dos animais foi depositado pela unidade prisional ao Estado, por meio de um Documento de Arrecadação Estadual (DAE).

 

Causa das mortes de detentas é mistério
Ipatinga
– Foi durante a administração de Valdeci Ribeiro da Silva que duas dententas morreram vítimas de uma doença de causa indeterminada. O caso ocorreu em maio deste ano. Na época, outras 18 pessoas ficaram internadas, entre elas dois agentes penitenciários.

A primeira morte ocorreu no dia 8 de maio. Aline Soares, 19 anos, foi atendida no Hospital Municipal de Ipatinga, mas rapidamente evoluiu para óbito. No dia 10, Dandara Maiara, 19 anos, foi levada com os mesmos sintomas e morreu no dia seguinte. Por causa da suspeita de surto de doença desconhecida, com risco de contágio dentro e fora da unidade prisional, a Secretaria de Estado de Saúde colocou toda a unidade prisional em quarentena na época.

Outras seis mulheres da mesma cela também apresentaram quadro clínico semelhante ao de Aline e Dandara e foram rapidamente medicadas com antibióticos, respondendo bem ao tratamento.
As mortes das duas detentas ainda são um mistério. Até hoje não se sabe do que elas morreram e de que tipos de doença foram acometidas.

Há seis meses, a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Saúde informou que os resultados dos exames sairiam em no máximo 30 dias. Ainda segundo a assessoria, o diagnóstico da doença desconhecida iria ser avisado primeiramente às famílias das detentas que faleceram e em seguida para a Secretaria de Saúde Municipal de Ipatinga.

No entanto, isso não ocorreu. O pai de Dandara procurou na última segunda-feira (5) uma rádio local para reclamar que até hoje não foi informado da causa da morte da filha. Um pedido de resposta foi solicitado pela reportagem à Secretaria, porém até o início da noite de ontem o departamento não havia conseguido a informação exata sobre a causa das mortes.


Após seis meses da morte de Dandara, causa ainda é desconhecida

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