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Centrais sindicais rechaçam apoio às reformas do governo


DA REDAÇÃO
– As principais centrais sindicais do País rechaçaram qualquer possibilidade de apoio às reformas, trabalhista, da Previdência e Eleitoral do governo Temer. As reações foram provocados por reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, afirmando em sua principal manchete de capa no sábado (25) que “Por mais verba, centrais podem apoiar Temer em reformas”. O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, reagiu com indignação e afirmou nas redes sociais que o jornal “induz o leitor a erro”. Ele assegurou, enfaticamente: “A CUT não está negociando com o governo ilegítimo e golpista de Temer a volta de qualquer tipo de imposto em troca do fim da aposentadoria e da CLT”.
O truque da matéria da Folha é que faz parecer ao leitor que ela trata de todas as centrais sindicais. Mas isso é falso. Na verdade, a matéria é um exemplo de “jornalismo-panfleto”. Apesar de ser assinada por dois repórteres, um de São Paulo e outro de Brasília, ela identifica uma única fonte: o secretário geral da Força Sindical.

MENTIRAS

Para afirmar essa distorção, o jornal finge não existir a CUT, a maior de todas as centrais. Por isso a resposta de Vagner Freitas: “A CUT não negocia direitos conquistados com muita mobilização, luta, enfrentamentos com a polícia política dos governantes antidemocráticos por nenhuma negociata feita em gabinetes”.
Além disso, o jornal, negando regras básicas de jornalismo, afirma: “A Força diz ter o apoio da União Geral dos Trabalhadores (UGT), da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) para as negociações. As quatro entidades representam 37% dos trabalhadores do país”.

SEM O OUTRO LADO
Há dois problemas graves nesse trecho: o primeiro é que a Folha diz que UGT, NCST e CSB apoiam a negociata com Temer, mas não ouviu nenhum representante dessas centrais! O jornal não ouviu o "outro lado" e ignorou até o resto do "mesmo lado". O segundo problema é que a matéria afirma que a Força Sindical mais as outras três centrais representariam apenas um terço dos sindicatos. Como então pode fazer uma manchete como se um dirigente da Força estivesse falando em nome de todas as centrais? A própria matéria prova que isso é uma grande distorção.

MAIS MENTIRAS
Para terminar, uma confusão grave na divulgação da matéria na internet: a Folha juntou ao texto do jornal impresso uma foto dos protestos de 15/3 em que o grande destaque são as bandeiras da CUT. É óbvio que quem só lê a manchete e vê a foto pensa que a CUT está fazendo acertos espúrios com Temer. Após protestos dos leitores contra essa deturpação, o jornal trocou a foto por uma em que se destacam jalecos e bandeiras da Força Sindical.

CSB TAMBÉM DESMENTE

A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) refuta veementemente a matéria publicada pelo Jornal "Folha de S. Paulo", edição deste sábado (25), de que "por mais verba, centrais podem apoiar Temer em reformas".
A CSB jamais participou, ou participará, de reuniões com o governo federal para ceder ou aceitar corte dos direitos previdenciários, trabalhistas e sociais. É público e notório que a CSB tem empreendido uma intensa e aguerrida oposição às reformas em tramitação no Congresso Nacional.
Além disso, o conteúdo da matéria revela que os ataques efetuados pelo judiciário e que os projetos apresentados no parlamento para acabar com as contribuições sindicais visam, exclusivamente, o enfraquecimento dos sindicatos e centrais sindicais para desmontar a resistência dos trabalhadores, permitindo a supressão dos direitos através da reforma da previdência, trabalhista, sindical e da terceirização.
Estes fatos reforçam a importância de defendermos o principal instrumento de luta dos trabalhadores, o sindicato. Reforçam a necessidade das contribuições sindicais para a independência dos trabalhadores, para a defesa dos seus interesses, dos seus direitos e da ampliação da renda através da geração de empregos e aumentos salariais.
Tais ilações, certamente, estimulam ainda mais a CSB e seus sindicatos a ampliar a luta contra a reforma da previdência, em defesa da estrutura sindical brasileira, e por uma verdadeira mudança no sistema previdenciário que acabe com os privilégios, pensões aviltantes de magistrados e políticos, com os sonegadores e com as isenções para grandes conglomerados econômicos.

CNTM RECHAÇA MENTIRA

Sobre a reportagem da Folha de S. Paulo “Por volta de contribuição, centrais oferecem oposição menor a reforma”, Miguel Torres, presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), ressalta que de maneira nenhuma apoia qualquer tipo de negociação com o governo federal para favorecer reformas da Previdência e trabalhista em troca da retomada da cobrança da contribuição assistencial.
“Existe a iniciativa do projeto de lei que regulamente a contribuição. Mas não há acordo com o governo de toma lá dá cá. É o tipo de barganha que não aceitamos. Continuaremos lutando pela garantia dos direitos dos trabalhadores e dos aposentados” afirma Torres, destacando que a Confederação não admitirá nenhum direito a menos.

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