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Cariocas enfrentam o dia mais quente do ano

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a sensação térmica era de 47 graus Celsius
(Crédito: Tânia Rêgo/ABr)

RIO DE JANEIRO – A capital registrou quarta-feira (26) a temperatura mais alta do ano: 43,2 graus Celsius em Santa Cruz, na zona oeste da cidade. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a sensação térmica era de 47 graus Celsius. No bairro da Saúde, zona portuária do Rio, a máxima chegou a 41,3 graus. O dia mais quente do ano tinha sido, até então, 19 de setembro, com registro de 41,6 graus na região da Marambaia, também na zona oeste.

Desde 1915, quando começaram as medições de temperatura, esta foi a temperatura mais alta da história. Segundo a meteorologista Michelle Lima, os dias quentes são característicos do verão, estação que começou na última sexta-feira (21). “Além disso, há um sistema de alta pressão atuando na Região Sudeste, impedindo a entrada de frente fria, que ameniza as altas temperaturas.”

Ela informou que, em Cachoeiras de Macacu, na região serrana do estado, e em alguns pontos das baixadas litorâneas, ocorreram chuvas rápidas na tarde de hoje. Para quinta (27), a temperatura deve cair um pouco, com a chegada de uma linha de instabilidade no Rio de Janeiro. A previsão é que a temperatura oscile entre 36 e 37 graus.

Segundo a concessionária de energia elétrica Light, faltou energia em algumas áreas da cidade, como Campo Grande, Bangu e Jacarepaguá, na zona oeste, e Bonsucesso, na região da Leopoldina. A Light informou que está normalizando gradativamente o fornecimento de energia nas ruas destes bairros. Técnicos da concessionária trabalham também nos municípios de Nova Iguaçu e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde houve problemas em algumas áreas.

No Rio, a sensação térmica, superior à temperatura real, levou muita gente a procurar abrigo em lojas de eletrodomésticos, agências bancárias e shopping centers, que funcionam com o ar condicionado ligado. “Eu nunca vi um calor como este no Rio. Para dormir esta noite foi muito difícil. O colchão estava quente e não corria um vento.

Mesmo com dois ventiladores ligados, não consegui dormir direito”, disse a aposentada Eufrásia de Carvalho, de 78 anos, que se refugiou em uma loja de eletrodomésticos na rua Dias da Cruz, no Méier.
O calor está tão intenso nos dois últimos dias no Rio de Janeiro que a água sai quente das torneiras de casas, prédios e condomínios. As praias, do Leme ao Recreio dos Bandeirantes, ficaram lotadas durante todo o dia. Era tanta gente que ficou difícil achar espaço na areia para armar as barracas. (Agência Brasil)

BH tem dezembro mais seco dos últimos 37 anos
Com chuvas abaixo da média para a época do ano e temperaturas em torno de 32°C, Belo Horizonte (MG) registra o mês de dezembro mais seco dos últimos 37 anos, segundo o meteorologista Ruibran dos Reis, diretor regional do Climatempo e membro da Defesa Civil de Minas Gerais.

Neste mês, choveu o equivalente a 70,1 milímetros na região metropolitana de Belo Horizonte, apenas 24% do esperado para dezembro, cuja média histórica é de 319 milímetros.
Em 1975, ano que detinha o recorde de dezembro mais seco, choveu 114 milímetros, segundo Reis, que faz o acompanhamento da série histórica.

A estiagem na região, afirma o especialista, é causada pela atuação de uma massa de ar quente que dificulta a formação de nuvens sobre a capital mineira e bloqueia a chegada de frentes frias vindas do Sul do país, além de ser influenciada pelo fenômeno El Niño.

“Temos observado que, em anos de El Niño, o valor acumulado de chuva é pequeno entre outubro e dezembro. As chuvas mais intensas [em Minas Gerais] vão ocorrer em janeiro e fevereiro”, diz o meteorologista.
El Niño é um fenômeno de aquecimento da temperatura da água do mar no litoral do Peru e do Equador que causa reflexos no continente.

Belo Horizonte também tem registrado temperaturas acima da média histórica, que é de 28°C para esta época do ano. “Na região metropolitana, as temperaturas estão ficando em torno de 3°C a 4°C acima do valor esperado, na casa dos 32°C”, diz Reis.

Alerta
De acordo com o meteorologista, há previsão de chuvas fortes em janeiro no sul de Minas Gerais, na Zona da Mata e no Triângulo Mineiro, e chuvas não tão intensas, porém contínuas, na capital mineira.
Já para o norte do Estado, que sofre com a seca prolongada e onde várias cidades estão em situação de emergência devido à estiagem, há previsão de pouca chuva.

A Defesa Civil Estadual informou, via assessoria, que já está preparada para o período chuvoso previsto para janeiro, com homens treinados para trabalhar em situações de emergência em todo o Estado.
Desde o início do período considerado chuvoso, em outubro, morreram 16 pessoas no Estado em decorrência das chuvas. (Folha de S. Paulo)

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