Cultura

Blog ‘TelaTela” elege os melhores filmes de 2015

SP – A equipe do blog TelaTela chegou aos dez títulos que mais encheram os olhos, numa safra particularmente boa para o cinema autoral, também aqui no Brasil: cada um dos editores teve direito a três escolhas e mais uma indicação para o filme consenso, aquele que não poderia ficar de fora da lista de jeito nenhum.
Além de considerar todos os lançamentos no circuito brasileiro deste ano, também foi permitido eleger filmes que por enquanto só passaram em Festivais, mas devem chegar às salas ao longo de 2016 – é o caso de dois deles. Como toda lista do tipo, é um retrato do momento, reflete o cinema em que a equipe acredita.

Os 10 melhores de filmes de 2015:

A Unanimidade: 
Que Horas Ela Volta?

Certamente o mais debatido do ano, o filme de Anna Muylaert é, antes de tudo, uma história muito bem contada, por uma diretora e roteirista em seu auge. Consegue equilibrar apelo popular com qualidades cinematográficas, sem deixar de tocar em temas importantes da sociedade brasileira.

Últimas Conversas
Não só por ser o último filme de Eduardo Coutinho, que foi montado por sua editora e parceira Jordana Berg e terminado por João Moreira Salles após sua morte em 2014, Últimas Conversas é um marco. Síntese do cinema do essencial perseguido por Coutinho, traz o diretor diante de jovens estudantes do ensino médio que se preparam para entrar na vida adulta. 

Dois Dias, Uma Noite
Humano, demasiadamente humano, e ao mesmo tempo extraordinário. Assim é Dois Dias, Uma Noite, dos irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne. Não só pela ótima performance de Marion Cotillard, que se despiu do papel de diva e criou uma cidadã absolutamente comum.

Divertida Mente

No ano em que o brasileiro O Menino e o Mundo (de Alê Abreu, que estreou em 2014) é apontado como um dos finalistas ao Oscar de Melhor Animação 2016, Divertida Mente prova que o gênero merece ter um representante no hall dos melhores do ano.

O Clube
Envolto em uma neblina constante, o filme do chileno Pablo Larraín é um drama psicológico perturbador, que ataca os abusos da Igreja Católica de forma violenta, ao mesmo tempo em que é um refinado exercício visual. Cinema da mais alta qualidade: original, envolvente e questionador.

Birdman
Não só pelo falso plano-sequência, mas também por ele. Alejandro González Iñarritú mostra todo seu domínio técnico para mergulhar na mente do personagem de Michael Keaton, e assim refletir algumas das angústias não só da cultura pop, mas de um mundo contemporâneo onde a relevância é medida em curtidas.

The Lobster
Não há previsão de estreia do filme do diretor grego Yorgos Lanthimos no Brasil, mas a passagem pelo Festival de Rio, em sessões sempre concorridas, foi a chance de ver esta história surreal sobre a busca por uma cara-metade num mundo onde os solteiros são transformados em animais caso não a encontrem. Parece loucura (como os filmes anteriores do cineasta), mas a viagem faz muito sentido e é das comédias mais divertidas do cinema mundial recente.

Para Minha
Amada Morta

A busca da identidade e da reconstrução da mulher amada é o fio condutor deste belo longa de Aly Muritiba. Elementos de suspense permeiam mas não protagonizam uma história agridoce da tentativa de apreender o objeto amado em sua totalidade, como ocorre na melhor tradição literária e audiovisual. 

Para Sempre Alice

O brilhantismo de Julianne Moore se mostra em todas as nuances neste filme que aborda, mais do que o Alzheimer, a perda do que nos é mais valioso e a construção da nossa identidade (apesar de) na convivência com aqueles que amamos.

Party Girl
O diretor Samuel Thais retrata a vida da própria mãe e interpreta a si mesmo no filme sobre uma garota de programa que, ao envelhecer, revê a própria trajetória e os laços que construiu. Apesar da proximidade com o tema, os diretores conseguem desviar de estereótipos e lugares-comuns construindo uma obra unicamente sensível.

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com