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Banalidades bolsonarianas: “pérolas” ditas pelo presidente e seus ministros

Frases pronunciadas pelo presidente e ministros de seu governo revelam o que querem e a direção para onde pretendem levar o País

(DA REDAÇÃO) – Desde que assumiu, em 1º de janeiro, o governo de Jair Bolsonaro, tendo à frente o líder, se notabilizou por dizer bobagens. Diariamente, ministros e o próprio presidente protagonizam alguma polêmica em torno das coisas que dizem. Vindo do governo, de autoridades do País, as sentenças pronunciadas, embora em muitos casos sejam até engraçadas de tão ridículas, tem que ser vistas sob outro ângulo, pois estão carregados de ódio, preconceito, ignorância, estupidez e atraso.

Ao celebrar 300 dias de governo, Bolsonaro soltou vários “pérolas” para coroar a data. O “Diário Popular” selecionou algumas das principais frases pronunciadas ao longo dos 300 dias – e algumas proferidas ainda em campanha -, que dão a dimensão e estatura do governo, revelando o que ele pensa, como age e onde quer chegar.

Jair Bolsonaro

“Não sou economista, já falei que não entendia de economia, quem entendia afundou o Brasil, tá certo?” (…)

Jair Bolsonaro, depois de recuar no preço do diesel e intervir na política de preços da Petrobras, repetindo o que havia dito em campanha, quando argumentou não dominar o tema, questionando: “Estou indo para o vestibular ou para campanha política?”

“Já tá feito, já pegou fogo, quer que eu faça o quê? O meu nome é Messias, mas eu não tenho como fazer milagre”.

De Jair Bolsonaro sobre o incêndio que destruiu o Museu Nacional.

“O Exército não matou ninguém, não. O Exército é do povo e não pode acusar o povo de ser assassino, não. Houve um incidente, uma morte.”

De Jair Bolsonaro sobre o “incidente” em que soldados do exército dispararam 80 tiros e mataram o músico Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, na Estrada do Camboatá, em Guadalupe, Zona Norte do Rio

“Esse é o nosso Exército Brasileiro, o Exército de 210 milhões de habitantes, que, nos momentos mais difíceis da nação, sempre esteve ao lado da vontade do seu povo. É um Exército que respira e transpira democracia e liberdade. Que honra a todos nós”.

Idem, na cerimônia no Quartel-General do Exército, em Brasília, em comemoração ao Dia do Exército Brasileiro.

Sobre Negros

“Eu fui num quilombola em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gastado com eles.”

Em palestra no Clube Hebraica, abril de 2017.

Sobre Estupro

“Fica aí, Maria do Rosário, fica. Há poucos dias, tu me chamou de estuprador, no Salão Verde, e eu falei que não ia estuprar você porque você não merece. Fica aqui pra ouvir.

Em discurso na Câmara, em 2003. Ao explicar a frase:

“Ela não merece (ser estuprada) porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar porque não merece”.

Sobre homofobia

“O filho começa a ficar assim meio gayzinho, leva um coro ele muda o comportamento dele. Tá certo? Já ouvi de alguns aqui, olha, ainda bem que levei umas palmadas, meu pai me ensinou a ser homem”

Em programa da TV Câmara em novembro de 2010.

“Fui com os meus três filhos, o outro foi também, foram quatro. Eu tenho o quinto também, o quinto eu dei uma fraquejada. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio mulher”.

Palestra no Clube Hebraica, abril de 2017.

“Não vou combater nem discriminar, mas, se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater”.

Em entrevista sobre uma foto do ex-presidente FHC ter posado em foto com a bandeira gay e defendido a união civil, em maio de 2002.

“Ô Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu”.

À Preta Gil, quando questionado sobre o que faria se seu filho se apaixonasse por uma negra. março de 2011.

Sobre tortura

“Eu sou favorável à tortura, tu sabe disso.”

A um programa de TV, em 1999.

“O erro da ditadura foi torturar e não matar”.

Em entrevista no rádio, em junho de 2016.

Sobre violência

“Deveriam ter sido fuzilados uns 30 mil corruptos, a começar pelo presidente Fernando Henrique Cardoso”.

Em programa de TV, em maio de 1999.

Prostituição

“90% desses meninos adotados vão ser homossexuais e vão ser garotos de programa com toda certeza desse casal”.

Em vídeo reproduzido no programa de Danilo Gentili, sobre adoção por casais gays.

Mulheres

“Não é questão de gênero. Tem que botar quem dê conta do recado. Se botar as mulheres vou ter que indicar quantos afrodescendentes”.

Em entrevista em Pouso Alegre, questionado se aumentaria o número de mulheres no ministério, em março de 2018.

“Pela primeira vez na vida o número de ministros e ministras está equilibrado em nosso governo. Temos 22 ministérios, 20 homens e duas mulheres. Somente um pequeno detalhe: cada uma dessas mulheres que estão aqui equivale por dez homens. A garra dessas duas transmite energia para os demais”.

Em discurso no Dia da Mulher.

Política externa

“Quero explorar a região amazônica em parceria com os Estados Unidos”.

Em entrevista à Jovem Pan.

“O que eu quero é que seja respeitada a autonomia de Israel, obviamente. Se eu fosse abrir negociações com Israel, botaria a nossa embaixada onde? Seria em Jerusalém, tá certo? Agora, a gente não quer ofender ninguém. Agora, quero que respeitem a nossa autonomia”

Em visita a Jerusalém sobre a mudança da Embaixada de Tel Aviv para Jerusalém.

“O Brasil está a postos para cumprir essa missão e levar liberdade de democracia para esse país que, há pouco, era um dos mais ricos, e que hoje sofre com pobreza. Temos que somar esforços para botar um ponto final nessa questão ultrajante para o mundo todo”.

Sobre a Venezuela, durante visita aos EUA.

“Temos alguns assuntos que estamos trabalhando em conjunto, reconhecendo obviamente a capacidade econômica, bélica, entre outros, dos Estados Unidos. Temos que resolver a questão da Venezuela. A Venezuela não pode continuar do jeito que se encontra. Aquele povo tem que ser libertado. E contamos com apoio norte-americano para que esse objetivo seja alcançado”.

Jair Bolsonaro em visita aos EUA, em 18/03/2019

— Não há dúvida, né? Partido Socialista, como é que é?

Durante visita a Israel em 02/04/2019, respondendo a um repórter se concordava com as declarações do ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo acerca da natureza ideológica do nazismo, que governou a Alemanha de 1933 a 1945, quando o país foi derrotado na Segunda Guerra Mundial.

Nos 200 dias de governo

“Trabalho infantil não prejudica ninguém”.

“Passar fome no Brasil é uma grande mentira”.

“O racismo é coisa rara no Brasil”.

“Lógico, que é filho meu, pretendo beneficiar filho meu, sim. Pretendo, se puder, dar filé mignon, eu dou”.

“Daqueles governadores de Paraíba, o pior é do Maranhão. Não tem que ter nada com esse cara”.

“Se for somado o desmatamento que falam dos últimos 10 anos, a Amazônia já acabou. Eu entendo a necessidade de preservar, mas a psicose ambiental deixou de existir comigo.”

Sequência de frases ditas nos últimos dias 18 e 19/07/2019 ao “celebrar” os 200 dias de governo.

Os subalternos

“Agricultura para países que tiveram guerra, que passaram fome, é questão de segurança nacional. Nós nunca tivemos guerra, nós não passamos muita fome porque temos manga nas nossas cidades, nós temos um clima tropical”.

Da ministra da Agricultura, pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina (DEM) em depoimento na comissão de Meio ambiente e Desenvolvimento sustentável da Câmara dos Deputados.

“Dentro da doutrina cristã, lá dentro da igreja, nós entendemos que um casamento entre homem e mulher, o homem é o líder do casamento. Então, essa é uma percepção lá dentro da minha igreja, dentro da minha fé”.

Da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, em 16/4, durante audiência pública na Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres na Câmara.

— É uma nova era no Brasil: menino veste azul e menina veste rosa.

Da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, em vídeo, fazendo uma “metáfora” contra ideologia de gênero.

“Se eu tivesse que dar um conselho para quem é pai de menina, mãe de menina era: Foge do Brasil. Você está no pior país da América do Sul para criar meninas”.

Idem, aconselhando pais de meninas a fugir do Brasil por causa da violência.

“O brasileiro viajando é um canibal. Rouba coisas dos hotéis, rouba assentos salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola.”

Do ex-ministro da Educação Ricardo Vélez.

“A história brasileira mostra que o 31 de março de 1964 foi uma decisão soberana da sociedade brasileira. Quem colocou o presidente Castelo Branco no poder não foram os quartéis”.

Idem, negando o golpe militar de 1964.

O e-mail

“Prezados Diretores, pedimos que, no primeiro dia de volta às aulas, seja lida a carta que segue em anexo nesta mensagem, de autoria do Ministro da Educação, Professor Ricardo Vélez Rodríguez, para professores, alunos e demais funcionários da escola, com todos perfilados diante da bandeira do Brasil (se houver) e que seja executado o Hino Nacional.

Solicita-se, por último, que um represente da escola filme (pode ser com celular) trechos curtos da leitura da carta e da execução do Hino Nacional. E que, em seguida, envio o arquivo em vídeo (em tamanho menos que 25 MB) com dados da escola (nome, cidade, números de alunos, de professores e de funcionários para os seguintes endereços eletrônicos:

secom.gabinete@presidencia.gov.br

imprensa@mec.gov.br”

A carta

“Brasileiros! Vamos saudar o Brasil dos novos tempos e celebrar a Educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”

Ricardo Vélez Rodríguez

“Nestes últimos dias têm surgido várias publicações, artigos, que procuram identificar um pouco isso, sob a perspectiva que eu procurei apontar, de ver semelhanças, proximidades, entre esses movimentos nazistas da Europa da metade do século 20 e movimentos de extrema esquerda”.

Do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

“Vocês acham que o PT vai largar o poder depois de quatro anos? Oito? Dezesseis? Não largará nunca. Não será um novo governo, será um novo regime, um império do crime, apoiado no conluio entre as oligarquias nacionais e num novo eixo socialista latino-americano, sob os auspícios da China maoísta que dominará o mundo”.

Idem.

“O ideal do PT (já expresso por alguns ecologistas radicais) é que a espécie humana não existisse. Já que existe, ainda, vamos fazer dela o pior possível, para que a humanidade se odeie tanto a ponto de um dia cometer suicídio”​.

Idem.

“Sequestrar e perverter, eis o lema e a tática principal da esquerda desde sempre: aplicaram-na aos conceitos de liberdade, igualdade, justiça e tantos outros, hoje tentam desesperadamente sequestrar e perverter o conceito de democracia”.

Idem.

“O socialismo apanha causas e conceitos legítimos, instala-se em seu ventre, escraviza-os, suga toda a sua energia e, como o monstro do filme ‘Alien’, um dia finalmente irrompe com sua cara feroz e horrenda”.

Idem.

Em vez de as universidades do Nordeste ficarem aí fazendo sociologia, fazendo filosofia no agreste [devem] fazer agronomia, em parceria com Israel. Acabar com esse ódio de Israel. Israel, nas faculdades federais, é loucura o que você escuta, né?”

Do atual ministro da Educação Abraham Weintraub, de origem judaico-alemã.

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