Cidades

Audiência vai debater execução de jornalista

(Crédito: Crédito: Site Ipatinga Somos Nós/Wolmer Ezequiel)

IPATINGA – “Muito triste saber que o meu filho deu seus últimos passos, sorrisos e olhares neste local”, confidenciava a amigos, a mãe do jornalista Rodrigo Neto, Elvira Rodrigues, bastante emocionada durante o ato de um ano de sua morte, ocorrido no último sábado (8). Depois de uma missa no santuário São Judas Tadeu, amigos e familiares do jornalista se juntaram no local do crime, nas proximidades do Churrasquinho do Baiano, no bairro Canaã. Durante a missa, a mãe do jornalista passou mal e teve que ser amparada por parentes e amigos.

Colegas de profissão, amigos, parentes e ouvintes se uniram em torno de várias cruzes fincadas onde Rodrigo Neto foi morto nos primeiros 40 minutos do dia março de 2013, por dois homens montados em uma motocicleta.
“Um ano de impunidade. Quem mandou matar Rodrigo Neto?”, indagava uma faixa que traduzia o sentimento dos presentes, cobrando a apuração completa do crime, que ainda motivou a morte do fotógrafo freelancer Walgney Carvalho, ocorrida em 14 de abril. Esta execução foi tratada como “queima de arquivo” do primeiro caso.

PRISÕES
Estão presos o investigador Lúcio Lírio Leal e o falso policial civil Alessandro Neves Augusto, o “Pitote”, apontados nas investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) como sendo, respectivamente, informante e executor. Os dois vão a júri popular, mas a data ainda não foi marcada.

De acordo com informações do Comitê Rodrigo Neto, o objetivo da manifestação foi cobrar respostas dos policiais responsáveis pelo caso que já deixaram o Vale do Aço. Os manifestantes questionaram inclusive o governador de Minas, Antonio Augusto Anastasia, que havia prometido desvendar o caso, através da Polícia Civil.
A família entregou cartões com botões de rosas brancas, com a seguinte frase: “Justiça tardia é injustiça institucionalizada”, frase inspirada em Rui Barbosa, que também foi um dos maiores juristas do País.

A irmã do jornalista, Silvia Faria, também muito emocionada, fazia as mesmas perguntas que ecoavam entre todos: “Quem mandou matar o meu irmão? Quais as motivações de sua morte? Por que demoram tanto para desvendar o crime?” Sempre ao lado de seus pais, Silvia Faria conta que família tem sofrido muito com o caso.

CARTA

Também bastante emocionada, a viúva do repórter policial morto com três tiros, Lourdes Beatriz de Oliveira Faria, a Bia, de 33 anos, aproveitou a celebração para ler uma carta em homenagem ao marido falecido e nela dizer que a família só vai se
sentir aliviada depois que o crime for completamente desvendado. Neto deixou um filho com 7 anos de idade.

Também esteve presente no evento o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção Ipatinga, Eduardo Figueiredo. Ele também se juntou aos demais manifestantes para cobrar resultado do crime. “Não são apenas os colegas e familiares que cobram o desvendamento do bárbaro assassinato. É toda sociedade”, desabafou o advogado, que pretende marcar presença em audiência pública, a ser convocada pela Câmara Municipal, nesta segunda-feira (10). O anúncio da audiência para discutir o caso foi confirmado pelos vereadores petistas Agnaldo Bicalho e Lene Teixeira, também presentes no ato.

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