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Ato protesta contra reforma da Previdência; professores param

IPATINGA – A Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Vale do Aço e o Sind-UTE realizaram em Ipatinga uma manifestação contra a reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer. A Reforma impõe a homens e mulheres a idade de 65 anos de trabalho para a aposentadoria e contribuição por um período mínimo de 49 anos. O ato foi realizado na praça 1º de Maio, em Ipatinga e reuniu militantes, ativistas sindicais, movimentos populares e professores. Os trabalhadores e trabalhadoras em educação deflagraram uma greve geral por tempo indeterminado, cobrando do governo de Minas o cumprimento na íntegra do acordo assinado em 2015.
A manifestação, conforme nota divulgada pela CUT tem o objetivo de “impedir a votação da perversa emenda à Constituição Federal, a PEC 287, que trata da reforma da Previdência. Segundo esta proposta, o trabalhador só vai se aposentar aos 65 anos de idade e após 49 anos de contribuição consecutivos, devendo começar a trabalhar aos 16 anos de idade e nunca ter ficado desempregado”. “No caso específico de professor, a reforma proposta pelo governo Temer acaba com a aposentadoria após 25 anos de contribuição para as educadoras e 30 anos de contribuição para os educadores”, alerta.

MITO DO DÉFICIT

O Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social (Sintsprev-MG) contestou as afirmações do governo de que a reforma da previdência é necessária por causa do déficit no setor. O Sindicato explica que o sistema de seguridade social no Brasil abrange a saúde, assistência social e a Previdência. “É um sistema integrado com objetivos e desafios de universalidade de cobertura, equidade, erguido sob a diversidade da base de financiamento sob um orçamento único. Entre os paradoxos está a desconsideração desse orçamento único, gerando o ‘mito do déficit’ que embasa a mentira do déficit nas contas da Previdência, com o único objetivo de desmontar conquistas sociais dos trabalhadores”, afirma o Sintsprev.
“São assaltos – prossegue o Sintsprev – ao orçamento único da seguridade as Desvinculações de Receitas da União (DRUs) que retiram 30% desse orçamento para outros fins (R$ 260 bilhões), sonegações que somam cerca de R$ 103 bilhões, dívida ativa, desonerações para setores econômicos. Enquanto isso, o pagamento de juros da dívida leva 43% do orçamento público, destinações intocáveis porque privilegiam o capital financeiro que hoje domina o mundo. Embora com tantos desvios, são registrados sucessivos superávits do Orçamento da Seguridade: em 2013, R$ 76,2 bilhões; em 2014, R$ 53,8 bi e em 2015, R$ 23,9 bilhões”.

EXPECTATIVA DE VIDA
O Comitê Popular em Defesa da Democracia também fez duras críticas ao projeto de reforma da Previdência. O movimento lembrou que cada vez que os dados do IBGE mostrarem aumento na expectativa de sobrevida dos brasileiros e brasileiras, a partir de 65 anos, a idade mínima de aposentadoria subirá. “A regra também valerá para o trabalhador e a trabalhadora rural, que normalmente tem jornadas mais exaustivas e pesadas que o trabalhador e trabalhadora urbanos”.

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