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Ascari é despejada por atrasos no aluguel

(Foto: André Almeida)


IPATINGA
– Uma ordem de despejo surpreendeu os membros da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Ipatinga (Ascari) na manhã desta quinta-feira (27). A entidade que atua no recolhimento e separação de materiais recicláveis na cidade foi retirada do imóvel situado à rua Macabeus, Canaã, 1042, onde estava instalada, devido a atrasos de mais de dois anos no pagamento do aluguel.

O despejo foi feito com base em decisão judicial proferida pelo juiz Fábio Torres no último dia 30 de novembro, e que dava à entidade até o dia 26 de dezembro para desocupação do imóvel ou regularização da situação junto ao proprietário. Sem recursos próprios para arcar com a dívida, a entidade chegou a pedir socorro à Prefeitura Municipal, mas não obteve sucesso.

O imóvel pertence a uma indústria da cidade e tem como locatária a Prefeitura de Ipatinga. Há dois anos e meio, porém, os aluguéis não são pagos, o que motivou o proprietário a entrar com uma ação na Vara da Fazenda Pública da comarca da cidade.

Na manhã de ontem, fiscais da Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma), juntamente com a Polícia Militar, foram até o local acompanhados de uma empresa de transporte contratada pela Prefeitura para fazer a retirada dos equipamentos, móveis e materiais pertencentes à Ascari.

Os materiais da Associação foram levados para um galpão conseguido pelos catadores, mas que não possui espaço para o trabalho deles. Os catadores afirmam que não sabem o que fazer, já que para muitos a coleta dos resíduos é a única fonte de renda. Este é o caso, por exemplo, de Aldina da Silva, que há mais de oito anos trabalha na Ascari. Ela contou que sustenta os sete filhos e paga as contas de casa com o dinheiro conseguido com o trabalho na entidade. A Ascari era sua única fonte de renda e, após o fechamento, ela afirma estar desamparada.

O administrador da Associação dos Catadores, José Geraldo Izaías, disse que desde 2011, quando assumiu a direção da entidade, não recebe nenhuma ajuda da Prefeitura. O Governo chegou a destinar uma verba de R$ 135 mil no Orçamento deste ano para a Ascari, o que não foi cumprido. José Geraldo contou que chegou a procurar a secretária da Sesuma, Cláudia Brum, mas não foi recebido por ela.

A Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente da Prefeitura de Ipatinga alegou que o convênio com a Ascari não é firmado desde 2010, quando a prestação de contas da Associação apontou irregularidades. Ainda segundo o Executivo, em 2012, a legislação eleitoral impediu que a Administração Municipal firmasse novos convênios com entidades que não foram objeto de convênio no ano anterior, como aconteceu com a Ascari. Sem o convênio, então, a Prefeitura não pode repassar o valor referente ao aluguel do local.

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