IPATINGA – O Centro de Biodiversidade da Usipa – Cebus recebeu nesta segunda-feira (2) um filhote de veado fêmea da espécie Mamaza americana, que foi trazido ao zoológico após ter sido resgatada por moradores da região de Pingo D’Água.
Segundo o veterinário responsável pelo Cebus, Lélio Costa e Silva, a veada, que tinha aproximadamente dois meses, estava sob os cuidados de um morador que reside na região de Pingo D’Água. O animal chegou ao Cebus na tarde desta segunda-feira, trazido pela Polícia Militar de Meio Ambiente e, de acordo com informações, a perda da mãe pode ter sido ocasionada pela fuga de incêndio na mata. “Vêm acontecendo muitas queimadas nas matas, o que tem resultado na fuga dos animais e, também, causado mortes e ferimentos”, pontua Lélio.
ÓBITO
A veada mesmo recebendo os cuidados do Cebus e do Projeto Fauna Sem Lar não resistiu ao stress e morreu durante a noite. “Como ela ainda era muito nova todo o trauma vivido pode ter desencadeado uma série de complicações que acabaram provocando a sua morte. Os veados são muito sensíveis a condições de estresse, têm dificuldade de adaptação ao manejo em cativeiro e contato humano. Até um latido de cachorro próximo ao animal pode desencadear um processo degenerativo e levar o animal à morte. Outra questão importante diz respeito ao fato dela ser muito nova e provavelmente não recebeu o colostro, alimento essencial para lhe conferir a imunidade natural”, declara Claudia Diniz, bióloga do Cebus.
NECROPSIA
A necropsia revelou uma anemia profunda, causada por grande infestação de ectoparasitas (pulgas e carrapatos), desidratação e edema pulmonar. A morte se deu por choque hipovolêmico com parada cardiorrespiratória. Tudo isso ainda agravado pelo estresse de translocação, descreve laudo do veterinário Lélio Costa e Silva.
FAUNA SEM LAR
O Programa de Reabilitação da Fauna Sem Lar é desenvolvido pelo Centro de Biodiversidade da Usipa (Cebus), juntamente ao Instituto Estadual de Florestas (IEF), Polícia de Meio Ambiente e a Associação de Proteção Ambiental do Vale do Aço (ARPAVA). O projeto tem o objetivo de receber, tratar, medicar e reabilitar animais da fauna local provenientes de apreensões, resgates, doações voluntárias ou maus tratos trazidos pela Polícia Ambiental e IEF.
