Policia

Amigos e parentes pedem agilidade na apuração do caso

Parentes e amigos externaram indignação e revolta com a morte prematura do jornalista    (Crédito: Nadieli Sathler)

IPATINGA – A notícia da morte do repórter Rodrigo Neto abalou, sobretudo, a classe de jornalistas, não somente da região, mas de todo o Estado. O assassinato também repercutiu nas redes sociais da internet e gerou vários comentários, protestos e principalmente agilidade na apuração do crime. Amigos e familiares estão desde ontem se despedindo do jornalista. O corpo do repórter será sepultado hoje, às 10h.

Ontem, durante o velório na capela do Cemitério Parque Senhora da Paz, amigos mais próximos, parentes e pessoas que gostavam de acompanhar as reportagens de Rodrigo Neto não conseguiam acreditar no que acontecera. Todos externavam indignação, tristeza e revolta com a morte prematura do jornalista.

A imprensa está de luto. O radialista e amigo Adair Alves, o “Carioca”, não tinha palavras para descrever o sentimento de perda do amigo de bancada. Os dois dividiam desde 2006 o programa Plantão Policial. “A única coisa que nós todos pedimos é que encontrem o mais rápido possível quem fez isso. Estamos todos estarrecidos com o fato. Rodrigo sempre pregou justiça, sempre lutou por isso e agora eu peço a mesma coisa, para que não caia no esquecimento”, disse o radialista.

Colegas de faculdade do curso de direito também estiveram ontem no velório. O amigo de sala de aula Victor Araújo disse que Rodrigo sempre foi muito querido pelos colegas e que mesmo não sendo tão frequente às aulas por causa dos compromissos profissionais, ele sempre teve a colaboração dos professores. “A gente até brincava perguntando o que ele fazia para ter tanta moral assim. Eu mesmo demorei a saber que ele era jornalista. Ele não fazia questão de se destacar entre os demais. Era humilde e sempre conversava com todo mundo igualmente”, contou.

Rodrigo Neto tinha muitos planos. Tinha o desejo de se tornar Delegado de Polícia Civil e estava estudando para isso, prestando concursos em vários estados. Retornou, há uma semana, para o jornalismo impresso. “A gente tinha muita expectativa com ele lá no jornal e nesta única semana que ele trabalhou conosco já podemos notar que a página policial teve outra dinâmica. Rodrigo Neto deu a cara dele para o jornal”, afirmou Breno Brandão, diretor do Jornal Vale do Aço.

Estiveram na tarde de ontem na capela do Cemitério Senhora da Paz a prefeita de Coronel Fabriciano Rosângela Mendes (PT), acompanhada do ex-prefeito Chico Simões (PT). Também passaram por lá o ex-prefeito de Ipatinga Robson Gomes (PPS), o ex-vice-prefeito de Timóteo Marcelo Afonso (PSD), os vereadores Nilton Manoel (PSD), Jadson Heleno (PPS) e Adiel Oliveira (PPS).

JORNALISTAS
Segundo levantamento do Comitê de Proteção ao Jornalista, organização americana que atua em todo o mudo, em 2012, foram assassinados quatro jornalistas no Brasil, sendo três motivados pelo exercício da profissão.
Já o Instituto Internacional da Imprensa contabiliza que de 1997 até 2013, foram mortos 119 profissionais, o que classifica o Brasil como o 3º país em que mais se matam jornalistas em todo o mundo.

A morte de Rodrigo foi a terceira envolvendo jornalistas este ano no Brasil. O primeiro caso ocorreu em janeiro, na cidade de São João da Barra, região norte fluminense. O radialista Renato Machado Gonçalves, 41 anos, sócio da Rádio Barra FM, foi assassinado a tiros. Já no fim do mês passado, o radialista Mafaldo Bezerra Goes, 61, foi executado em Jaguaribe, no Ceará. Ele apresentava um programa policial em uma rádio local e noticiava a ação do crime organizado, traficantes e pistoleiros na região.


“ALGUNS CRIMES NÃO SÃO SOLUCIONADOS POR ACHAREM NÃO
SER CONVENIENTE CORTAR NA
PRÓPRIA CARNE”. 
Rodrigo Neto


Adair Alves pediu a mesma justiça defendida por Rodrigo
em seus anos de trabalho

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com