Policia

Agentes penitenciários prometem greve na região a partir de sábado

IPATINGA – Agentes penitenciários do Vale do Aço sinalizaram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de sábado (11). Os servidores na região acompanham o movimento que acontece em todo Estado. Com isso as visitas às unidades prisionais ficam suspensas.

Os servidores reivindicam a aprovação da lei orgânica do sistema prisional, o abono fardamento, e ainda reclamam do atraso do cronograma do curso de formação de 2013, entre outras reivindicações. Os agentes também denunciam a superlotação do sistema, e más condições do encarceramento dos presos e trabalho dos agentes.
Durante a greve será mantido 30% do efetivo para os serviços essenciais como cumprimento do alvará de soltura, atendimento emergencial de saúde, revista em celas (se houver suspeitas), banho de sol e vigilância. A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) foi notificada nesta quarta-feira por meio de um ofício encaminhado pelo Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária de Minas Gerais (SINDASP-MG).

Na noite de ontem integrantes do sindicato se reuniram com representantes do governo para ouvir as contrapropostas. O resultado da reunião será encaminhado para uma nova assembleia com a categoria que irá analisar os termos. Caso os servidores concordem com as propostas, a greve poderá ser suspensa.

SITUAÇÃO LOCAL

No Ceresp de Ipatinga estão lotados 136 agentes penitenciários, porém 115 estão trabalhando, já que alguns se encontram de férias ou afastados. A unidade prisional, com capacidade para 160 detentos, possui em duas dependências 549 presos. Desde o ano passado o Ceresp foi interditado pelo Ministério Público Estadual (MPE), por causa da superlotação. Caso a greve de fato ocorra, o número de agentes será reduzido para apenas 40 servidores.

A situação mais tensa é na Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba, outrora considerada modelo no sistema prisional em Minas. A unidade possui espaço para abrigar 348 detentos, mas com a interdição do Ceresp de Ipatinga, o número mais que triplicou, e hoje possui cerca de 1.120 presos.

Agentes penitenciários da unidade disseram que a situação é delicada, pois nos últimos dias houve duas tentativas de fuga com possibilidade para rebelião. Um dos servidores, que pediu sigilo no nome, contou à reportagem do DIÁRIO POPULAR que no último domingo (5), presos da cela 12, do bloco A, cavaram um buraco em uma parede que dá acesso para o lado de fora do bloco. O plano seria sair e pegar um agente que fica observando os presos quando o Grupo de Intervenção Rápida (GIR) estivesse dentro do bloco e então iniciar uma rebelião. “Se eles pegam o agente dentro da gaiola, eles prenderiam o grupo também, mas por sorte o buraco foi descoberto antes. E por qualquer motivo eles podem rebelar”, contou o agente.

Outra tentativa de fuga teria ocorrido na segunda-feira à noite, quando 10 detentos foram pegos terminando de cavar um buraco no Centro de Observação Criminológica (COC).
A Dênio Moreira tem 193 agentes, porém deste total, 12 estão afastados por desvio de função, pelo menos 30 estão de férias e outros 20 de licença médica. Com este quadro, o número de servidores caiu para 104, e caso a categoria avance com a greve, pouco mais de 30 agentes irão trabalhar mantendo uma escala de revezamento.

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