Simone Agapito foi morta a facadas por um dos réus que será levado a julgamento (Crédito: Arquivo Pessoal)
IPATINGA – A Justiça decidiu levar a julgamento os quatro acusados de envolvimento em uma briga que vitimou duas irmãs, uma delas fatalmente, no bairro Bethânia, em 24 de julho do ano passado. Foram pronunciados os irmãos Rosiane Noemi de Souza Santana e Roberson Flávio Santana, o pai deles, o policial aposentado José Ivanil Santana, e ainda Andrea Fabiana Barbosa Paiva, esposa de Roberson. A data do júri ainda não foi definida, o que poderá ser feito somente após o posicionamento da defesa.
O CRIME
Segundo denúncia do Ministério Público, Roberson, com o auxílio de seus familiares, desferiu facadas em Simone Agapito
da Silva, 36, que morreu no local, e em sua irmã, Elen Cristina Agapito, de 32 anos.
As duas irmãs estavam em uma lanchonete, localizada na avenida Alberto Giovanini, quando Rosiane chegou ao local, momento em que as três iniciaram uma discussão com agressões verbais. A ré saiu do estabelecimento mas teria afirmado em tom ameaçador que voltaria. Momentos depois, a mulher retornou ao local acompanhada dos parentes e novas agressões aconteceram, desta vez físicas.
INTERVENÇÃO PATERNA
Conforme foi apurado durante as investigações, Roberson foi segurado por uma terceira pessoa que tentava apartar a confusão. Entretanto, José Ivanil, o pai, teria ameaçado com uma arma o indivíduo que segurava o filho. Roberson, então, foi até o carro da família, se armou com uma faca e feriu as costas Simone e Elen. Após esfaquear as irmãs, Roberson fugiu do local acompanhado da família e com o auxílio do pai, segundo afirma a acusação.
José Ivanil foi preso em flagrante pouco depois do assassinato, por porte ilegal de arma de fogo. Ele teve sua prisão convertida em preventiva pela Justiça de Ipatinga e foi levado para a casa de custódia da Polícia Civil em Belo Horizonte, onde ainda se encontra.
Os outros três envolvidos se apresentaram e prestaram depoimento na delegacia de homicídios de Ipatinga, mas não participaram das outras etapas do processo judicial e são considerados foragidos da Justiça por terem contra eles mandados de prisão em aberto.
DEFESA
A defesa dos quatro réus está a cargo do advogado José Ailton de Fátima Alves, que adiantou nesta sexta-feira (28) ao DIÁRIO POPULAR que irá recorrer da sentença de pronúncia proferida contra seus clientes.
Segundo José Ailton, a briga que levou à morte de Simone foi ocasionada por uma rixa antiga entre as duas irmãs e Rosiane e, no dia dos fatos, houve agressões de ambas as partes.
A defesa vem pleiteando junto à Justiça que os quatro possam responder ao processo em liberdade. Pelo menos cinco habeas corpus em favor de Roberson já foram impetrados, sendo que a ordem foi negada duas vezes – os outros pedidos ainda não foram julgados. Agora, o advogado estuda recorrer ao Superior Tribunal de Justiça para liberar os clientes dos pedidos de prisão.
No entanto, o juiz Antônio Augusto Calaes negou o direito dos acusados de recorrerem em liberdade. Segundo a sentença de pronúncia, o caso em questão se trata de um crime hediondo e a prisão dos réus é necessária para preservar a ordem pública.
Roberson, Andréia, Rosiane e José Ivanil deverão ser julgados pelos crimes de homicídio duplamente qualificado – motivo torpe e praticado à traição – e tentativa de homicídio também duplamente qualificada. As penas pelos delitos podem chegar a 40 anos de prisão.
